Pare e respire: como identificar e combater as crises de ansiedade? Saúde Mental
Home > Matérias > Saúde Mental > Pare e respire: como identificar e combater as crises de ansiedade?
Você já deve ter sentido a mão suando antes de falar em público, um nervosismo antes de uma prova importante, ou mesmo uma maior adrenalina antes de um esporte radical. É normal. Segundo o psiquiatra Eduardo Tancredi: “a ansiedade é uma defesa do nosso corpo, e não existe uma vida imune à ansiedade.”
A ansiedade só será um problema, ou considerada um transtorno, quando a pessoa se sente incapacitada de realizar atividades normais, quando esse sentimento passa a interferir no dia a dia e afetar a qualidade de vida.
Ainda assim, a ansiedade, natural em nossas vidas, pode se tornar um problema. Segundo a OMS, 260 milhões de pessoas no mundo são acometidas por transtornos ansiosos. E o Brasil é o país líder no ranking de ansiedade, com mais de 9% da população sofrendo com essas espécies de transtorno. Além disso, um estudo da Universidade de Cambridge, mostra que as mulheres são duas vezes mais propensas às crises do que os homens.
A ansiedade também pode ser agravada por hábitos como alimentação desregrada, falta de sono e sedentarismo – situações trazidas pela mudança de rotina em função do longo tempo que as pessoas têm ficado em casa. Períodos de estresse frequente também estão associados a quadros elevados de ansiedade, por isso especialistas alertaram que haveria um aumento de casos durante a pandemia.
A “Cartilha de Práticas Respiratórias para o Manejo do Estresse e da Ansiedade”, desenvolvida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), nos ajuda a identificar sinais físicos, cognitivos, comportamentais e emocionais durante uma crise de ansiedade. Fique atento aos sintomas abaixo:
Sintomas como palpitação e dificuldade para respirar, comuns em uma crise de ansiedade, precisam ser avaliados para descartar qualquer suspeita de problemas cardiovasculares ou outras doenças. Se a crise de ansiedade for confirmada, é importante seguir tratamento adequado, com acompanhamento de um psicólogo ou psiquiatra, que irão ajudar você a lidar com o problema e evitar futuras crises.
“Adiar o tratamento agrava a ansiedade, que pode virar uma bola de neve e evoluir para uma crise de pânico”, afirma Eduardo Tancredi.
Recorra também aos exercícios respiratórios para reequilibrar o ritmo da respiração fazendo com que o cérebro receba o “aviso” de que está tudo bem, de que não há perigo real por perto. Experimente inspirar em 5 segundos, reter o ar por mais 5 e expirar lentamente.
Para saber mais sobre o que é uma crise de ansiedade, quais os sintomas e como procurar ajuda, ouça o episódio inteiramente dedicado a transtornos ansiosos do podcast Única Mente:
O melhor a fazer por um amigo ou familiar que sofre de ansiedade é convencê-lo a procurar ajuda profissional e seguir o tratamento recomendado. Ainda assim, em um momento de crise, é possível ajudar; veja boas práticas:
Ouça a pessoa com empatia: mostre que você se importa com o que a pessoa está sentindo e que ela é capaz de vencer aquela situação. Ao invés de falar “é frescura, você só quer chamar atenção”, experimente dizer “você vai conseguir superar tudo isso”.
Leve-a para um local tranquilo: no momento da crise, a pessoa ansiosa tem medo de que quem está ao seu redor perceba os sintomas. Tente levá-la para um lugar mais calmo, arejado e longe de aglomeração. Um local mais calmo também vai ajudar a tranquilizar o ritmo da respiração.
Procure distraí-la: procure fazer com que ela desvie o foco dos sintomas que poderão desencadear o medo de um perigo irreal. Converse sobre outras coisas ou peça para a pessoa observar detalhes ou objetos que estão por perto. Medidas simples, como fazer com que ela conte os postes da rua, podem funcionar.