Transtorno do Espectro Autista: A importância do diagnóstico precoce Saúde da Criança
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A interação entre os pais e seus filhos é algo sempre muito especial. Logo após o nascimento, os bebês demonstram reconhecer seus pais se acalmando quando por eles são confortados. No decorrer do crescimento da criança os pais percebem alguns marcos do desenvolvimento: seus filhos reconhecem sua voz e os seguem pela casa, demonstram incômodo com a separação e alívio com o retorno destes. O olhar nos olhos da mamãe durante a amamentação, na hora das trocas e nas brincadeiras durante o banho são seguidos pelo aprender a sorrir. Não demora muito e o bebê parece querer conversar balbuciando o tempo todo. Desde muito cedo demonstram interesse por outras crianças com curiosidade, sorrisos e imitação.
Entretanto, algumas vezes é possível perceber que algo no desenvolvimento do bebê não está adequado e isso pode estar relacionado ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Alguns sinais para ficar atento:
Os bebês que não se acalmam com o colo dos pais ou de seu cuidador
Não se incomodam de ficarem sozinhos no berço
Não respondem às tentativas de interação, nem buscam emitir sons, sorrisos ou caretas,
Não seguem os pais com os olhos, não fazem contato visual direto, não brincam de esconder o rosto entre as mãozinhas
Quando começam a andar podem caminhar de um lado para o outro o tempo todo, alguns andam nas pontinhas dos pés
Apresentam respostas exacerbadas a barulhos, podem balançar as mãos quando agitados
Não gostam de mudanças em sua rotina ou de mudanças nos ambientes, como um móvel novo
Pode haver uma dificuldade no desfralde por falta de percepção da criança quanto as suas necessidades
Muitas vezes, mesmo sem ter um irmãozinho ou outras crianças na família, os pais percebem que há algo de diferente no desenvolvimento, mas infelizmente ouvem a frase: “Cada criança tem o seu tempo” e são desencorajados de buscarem ajuda com especialistas.
Importante ressaltar que não é necessário que todo o conjunto dos sinais descritos acima estejam presentes, mas se você identificou alguns destes comportamentos em seu filho, procure a ajuda de um profissional. Mesmo que o diagnóstico seja difícil no início, a intervenção terapêutica precoce, com equipe multidisciplinar, trará grandes benefícios.
Converse com o pediatra, compartilhe suas preocupações, peça a indicação de um Neurologista Pediátrico para afastar alterações fisiológicas e então procure por um Psiquiatra Infantil que poderá indicar acompanhamento com equipe multidisciplinar composta por psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos para que seu filho adquira as habilidades que precisa para seu bem estar e suas necessidades diárias. O quanto antes procurar ajuda melhor será para o desenvolvimento da criança.
É compreensível a dificuldade de receber o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), mas por tratar-se de uma condição genética, não está relacionada a nada que os pais fizeram ou deixaram de fazer durante a gestação ou nos cuidados após o nascimento.
TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento de início precoce, caracterizado por comprometimento das habilidades sociais e de comunicação, além de comportamentos repetitivos e estereotipados, acometendo 01 em cada 59 crianças.
O diagnóstico nos primeiros anos de vida possibilita que as abordagens terapêuticas comportamental, educacional e farmacológica sejam aplicadas precocemente. Isto traz benefícios significativos na aquisição de habilidades funcionais, na redução de comportamentos mal adaptativos e consequentemente, aumento no sucesso de integração da criança à sociedade.
Pais, atentem-se aos marcos do desenvolvimento intelectual, emocional e social relatados na tabela abaixo:
(para visualização completa, clique no símbolo de expansão no canto direito da tabela)
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