Terapia ocupacional: como estimular a integração sensorial em autistas? Saúde da Criança
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Terapia ocupacional: como estimular a integração sensorial em autistas?
Primeiramente, vamos relembrar que nós seres humanos nascemos com cinco sentidos: visão, audição, olfato, tato e paladar. Ao longo da vida, é quase intuitivo aprender como lidar com todos eles. Recebemos diversos tipos de estímulos e vamos construindo nosso comportamento com base nessas experiências. Por exemplo, quando uma mãe chama, o bebê mesmo sem entender as palavras, olha para ela pois é dali que sai o som. Sentimos cheiros de comida, nos afastamos de superfícies quentes, aprendemos o que é dor.
Basicamente, a integração sensorial é o processo do cérebro organizar informações que “entram” por esses cinco sentidos, dando uma resposta adequada ao ambiente. Mas algumas crianças e adolescentes podem ser menos sensíveis a esses estímulos, principalmente em casos de autismo.
Quando uma criança não é impactada da mesma maneira por esses estímulos, sua reação vai ser distante da que esperamos, diminuindo sua interação social, habilidades motoras e apresentando menor nível de atenção e concentração. É neste processo de recebimento e resposta aos estímulos do ambiente que é pautada a atuação do Terapeuta Ocupacional para pacientes com Transtorno do Espectro Autista.
O terapeuta irá avaliar se a criança ou adolescente com Autismo está tendo uma responsividade reduzida ou excessiva aos estímulos. Isto é, todas as entradas dos sentidos: visão, audição, olfato, tato, e paladar podem apresentar uma reação exacerbada ou, ao contrário, ser quase ignorada.
Após diagnosticar o perfil do autista, ele irá propor atividades lúdicas que melhorem o nível dessas respostas. Geralmente elas envolvem experiências motoras, como: balanços, redes, trapézio, bolas, escorregador, piscina de bolinha, escalada, tirolesa, além de materiais que promovam distintas experiências táteis e visuais (texturas de tecidos, cores, texturas de objetos, e texturas de alimentos). O importante é proporcionar que a criança receba estímulos às sensações.
Aos poucos, o terapeuta irá diagnosticar quais entradas sensoriais causam mais desconforto e quais são melhores percebidas pela criança. Esse é um estudo caso a caso, onde pais, professores e cuidadores também podem contribuir. Eles respondem questionários indicando como a criança reage quando está fora desse ambiente terapêutico.
É muito importante avaliar como a criança reage naturalmente em casa ou na escola e reorganizar esses ambientes para reduzir as dificuldades. Com muita paciência e persistência, é possível levar a criança a adotar comportamentos mais organizados e adaptativos, reintegrando ela ao contato com o mundo.
Por isso, a terapia ocupacional é tão importante no acompanhamento ao Transtorno do Espectro Autista e está presente nas linhas de cuidado da SulAmérica. Com um tratamento personalizado, nossa equipe de profissionais de saúde pode propor a melhor intervenção para o caso do seu filho.
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