Crianças em isolamento social: como evitar que a quarentena afete a saúde emocional das crianças Saúde Mental
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Aulas em casa, saudades dos avós, monotonia, distanciamento dos amigos. O isolamento social mudou a rotina das famílias. Esta mudança na vida trouxe impacto psicológico para todos, seja para os adultos, seja para as crianças. Os pequenos também sentem estresse, medo e insegurança, que, a longo prazo, podem desencadear ansiedade e depressão. Por isso, é importante que os pais fiquem atentos e ajudem seus filhos a se adaptarem a este momento atípico.
Manter as crianças informadas sobre a existência do vírus é uma medida eficaz no combate ao pânico — ainda mais diante da multiplicação de fake news divulgadas nas redes sociais. Conversas sinceras entre pais e filhos sobre o assunto também são recomendadas para que os pequenos entendam por que precisam seguir no isolamento, em casa. Aposte em uma linguagem simples, sempre levando em conta a faixa etária das crianças. A Sociedade Brasileira de Pediatria faz as seguintes recomendações aos pais:
Falar com tranquilidade para não propagar medo e ansiedade.
Ensinar de maneira didática e lúdica as formas de prevenção, como higienização das mãos e importância do uso de máscaras ao sair de casa.
Abordar o assunto com tom positivo e esperançoso.
Evitar que os pequenos assistam ao noticiário na televisão ou internet, pensadas para o entendimento do público adulto.
Abrir espaço para o diálogo e para esclarecer dúvidas da criança sobre o assunto.
Transtornos de sono, irritabilidade e ansiedade são sinais de estresse, mas para além dos sintomas, algumas crianças podem internalizar o que estão sentindo. Por isso mesmo é recomendável se manter aberto a conversas e acolhimento, incentivando que os pequenos expressem livremente suas emoções. Como? Veja 5 dicas abaixo:

Estabelecer horários para as tarefas diárias traz a sensação de normalidade, o que ajuda a reduzir o estresse, segundo a cartilha de orientações da Fiocruz. É também uma forma de as crianças entenderem que esse período em casa não é de férias, mas de uma situação atípica e passageira. O ideal é que os pais determinem, junto com os filhos, os horários para dormir e acordar, realizar as refeições, fazer as atividades enviadas pela escola (de acordo com as normas da instituição de ensino) e brincar. É recomendável também que as crianças sejam avisadas sobre os períodos em que os pais estão trabalhando para que entendam que, naquele momento, não irão dispor de atenção total.

Passar muito tempo em casa favorece o uso prolongado do celular, computador, tablet ou mesmo diante da televisão, o que pode trazer alterações na qualidade do sono e, a longo prazo, pode prejudicar a visão. Por isso, a Sociedade Brasileira de Pediatria orienta os pais a estipularem um tempo de uso por dia dos aparelhos eletrônicos, além de procurar saber — e entender — quais são os sites, aplicativos e redes sociais mais utilizados pelas crianças. No caso das videochamadas, é interessante que elas sejam supervisionadas. Lembre-se que é dever dos pais supervisionar os conteúdos que os filhos estão acessando na internet, por medida de segurança e precaução.
Ainda que pareça um desafio fazer com que as crianças se exercitem em casa, com ajuda da criatividade é possível transformar afazeres comuns em uma forma possível de se exercitar. As próprias atividades domésticas — como arrumar a cama e recolher os brinquedos — podem ser uma forma de se exercitar. Antigas brincadeiras, como amarelinha e pular elástico, também podem entreter e fazer as crianças se movimentar. Na dúvida, no YouTube há sempre muitas opções. Lembre-se que é recomendável se exercitar duas vezes ao dia e toda a família pode ser envolvida. Aliás, é uma boa oportunidade para a criança experimentar novas modalidades.

Manter as janelas abertas durante o dia para a luz do sol entrar ajuda o organismo a separar o dia da noite, liberando hormônios relacionados ao sono perto da hora de dormir – atividade essencial para o desenvolvimento da criança. Se o espaço permitir, incentive atividades no quintal ou na varanda, mas sempre com o uso de protetor solar e evitando a exposição direta nos horários de sol forte.

Reservar momentos do dia para interagir com as crianças é uma boa oportunidade para os pais estreitarem laços com os filhos, entender o que eles gostam e o que estão aprendendo nesta fase da vida. Seja na hora das refeições ou em horários específicos de lazer, esteja perto das crianças e estimule atividades criativas, leitura em família ou jogos e brincadeiras. Tudo isso ajuda a tornar o dia mais leve e prazeroso.
Fontes: Sociedade Brasileira de Pediatria e Fiocruz.
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