Como funcionam as vacinas no corpo humano? Epidemias
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Diante do vírus Sars-Cov-2 (COVID 19) que parou o mundo, as vacinas se tornaram motivo de alívio e esperança, mas também viraram alvo de desconfiança de alguns. Afinal, como podem as vacinas proteger o corpo contra uma doença? Explicamos como as imunizações funcionam, como elas são produzidas e testadas, e quais doenças podem ser evitadas com ajuda das vacinas.
As vacinas protegem o organismo de doenças ao estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos para lutar contra certos vírus e bactérias. Elas funcionam expondo o corpo humano ao micro-organismo causador da doença de maneira segura, de modo que o sistema imunológico seja capaz de produzir anticorpos sem ficar doente.
Para entender a lógica das vacinas, vale lembrar como a imunidade funciona: ao contrair uma doença infecciosa, o corpo produz naturalmente anticorpos para tentar lutar contra aquele agente invasor — o chamado antígeno, que pode ser um vírus ou bactéria. Uma vez que os anticorpos para aquele antígeno específico foram produzidos, o corpo fica protegido de uma nova infecção, já que os anticorpos estão preparados para defender o organismo. A produção de anticorpos não acontece do dia para a noite, por isso algumas vacinas demoram dias ou até semanas para fazer efeito.
Existem diversas maneiras de apresentar um vírus ou bactéria de maneira segura ao corpo humano, por isso são vários os tipos de vacina. Quanto mais as pesquisas avançam, melhores são as tecnologias para o desenvolvimento das imunizações.
Vacinas atenuadas
São produzidas com o micro-organismo vivo, mas enfraquecido. Por isso, costumam produzir uma imunização de longo prazo. Não podem ser utilizadas por pessoas com deficiência no sistema imune.
Exemplos: Catapora, rubéola, caxumba, sarampo e febre amarela.
Vacinas inativadas
O vírus ou bactéria é inativado (como se estivesse morto), por isso é incapaz de causar uma doença. Pela mesma razão, a imunização costuma ser mais baixa, necessitando mais de uma dose para garantir a proteção.
Exemplos: Pólio, hepatite A, cólera e raiva.
Vacinas com subunidades
São as que contêm apenas fragmentos do antígeno. Em alguns casos, apenas uma proteína do vírus ou bactéria é capaz de gerar uma resposta do sistema imunológico.
Exemplos: Meningite, hepatite B e HPV.
Vacinas com toxóides
Em algumas infecções bacterianas, o que causa a doença não são as bactérias em si, mas as toxinas produzidas por elas. Para esses casos, as vacinas feitas com toxinas modificadas são capazes de estimular os anticorpos contra as toxinas.
Exemplos: Tétano e difteria.
Vacinas de mRNA
Mais nova tecnologia em imunização, elas não utilizam vírus ou bactérias, mas uma parte do material genético deles. Elas são compostas de RNA mensageiro, que ensina o corpo a produzir a proteína que vai gerar uma resposta imunológica à doença.
Exemplos: COVID-19 (Pfizer e Moderna).
Também vêm sendo estudadas vacinas de mRNA contra zika, raiva, gripe e citomegalovírus (CMV), de acordo com o Center for Disease Control and Prevention (CDC), órgão de referência para o controle de epidemias nos Estados Unidos.
Quando uma nova vacina é elaborada, ela passa por uma série de testes até ser aprovada. Ela só passa para uma nova fase de testes após ser aprovada na fase anterior.
Fase pré-clínica: testes em animais
Fase clínica:
Fase 1: é testada em alguns humanos para garantir sua segurança e determinar a dosagem
Fase 2: centenas de voluntários são testados para determinar a capacidade de resposta imunológica e possíveis efeitos colaterais
Fase 3: os voluntários testados chegam aos milhares, e um grupo recebe placebo, para determinar a segurança e eficácia da vacina
Fase pós-clínica: a vacina é regulamentada e precisa da aprovação de órgãos de saúde antes de ser produzida em massa e distribuída