Volta às aulas: como proteger a saúde das crianças Saúde da Criança
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O início do ano letivo marca a retomada da rotina das crianças. Após um período de férias, os pequenos voltam a ter horários regrados, deveres de casa e a vida social na escola. Além de ajudar na adaptação à escola, os pais devem se preocupar em fortalecer o sistema imunológico da criança, já que ela volta a conviver com várias outras crianças.
A Sociedade Brasileira de Pediatria orienta ainda a verificar o peso da mochila e redobrar a atenção sobre a interação da criança. Tanto a saúde física quanto a emocional são importantes para uma volta às aulas saudável, feliz e produtiva.
Os pais devem ficar atentos ao comportamento da criança nos primeiros dias de aula, especialmente se ela estiver iniciando em uma nova escola. O estresse na adaptação às aulas, com professores e colegas é normal, mas esse processo deve ser acompanhado de perto para se certificar de que a criança está gostando da escola e vai, portanto, aproveitar o ano letivo.
Sinais de ferimento ou demonstração de pânico de ir para a escola, assim como alterações de humor, agressividade, isolamento, falta de amizade no ambiente escolar e desculpas para faltar à aula devem ser investigados, segundo recomendação da SBP. A criança pode estar sendo maltratada ou sofrendo bullying dos colegas ou funcionários.
Durante as férias, a rotina de sono e alimentação é menos rígida. Mas, durante o período de aulas, os horários devem ser respeitados e os ajustes precisam ser feitos já no primeiro dia da volta às aulas. As crianças precisam ser incentivadas a dormir e acordar em horários regulares, cumprindo as oito horas de sono indispensáveis para uma boa saúde física e mental e, consequentemente, um melhor rendimento em sala.
Quanto às refeições, o ideal é que os horários da escola sejam mantidos em casa. Esse cuidado regula o metabolismo para que a criança sinta fome sempre nos mesmos horários. O cardápio deve priorizar os alimentos naturais frescos, com pouco (ou nenhum) espaço para os industrializados, como bebidas prontas e refrigerantes.
Os alimentos mais naturais (frutas, verduras, leite e derivados) também devem ser os principais itens da lancheira ou das escolhas na lanchonete. Segundo o Departamento Científico de Nutrologia da SBP, o período de transição entre infância e adolescência (crianças de 7 a 10 anos) é o mais propício para o surgimento da obesidade infantil, dependendo dos hábitos alimentares, ritmo de crescimento e prática de atividades físicas.
Outro item abordado pela SBP é a mochila. O peso não pode ultrapassar 10% do peso corporal da criança, para evitar o risco de problemas na coluna, como dores e desvios. Os pais devem incentivar o filho a arrumar a própria mochila diariamente e levar somente o que vai precisar na aula. Fichários e mochilas de rodinha ajudam a amenizar o peso.
Ao voltar para a escola, a criança pode apresentar sintomas novos, como dificuldade para enxergar o que está escrito na lousa e dores de cabeça. Esses sinais podem anunciar a necessidade de óculos. Para os pais não serem pegos de surpresa, o ideal é levar o filho ao oftalmologista no começo do ano letivo. Queixas auditivas também merecem atenção. Em muitas escolas, os professores são orientados a reportar qualquer dificuldade apresentada pelo aluno, inclusive de aprendizado e cognição.
Ainda nas férias, certifique-se de que seu filho está com a carteirinha de vacinação em dia e, assim, inicie as aulas devidamente protegido. Se a criança precisar tomar alguma medicação durante o horário das aulas, organize o envio na mochila e combine com os professores para que ela não pule o remédio.
Por fim, a aglomeração em sala de aula pode possibilitar a transmissão de vírus e doenças contagiosas. Como o início do ano letivo coincide com o verão, aumenta a preocupação com dengue, zika e chikungunya, além da febre amarela em regiões de mata. A escola deve preparar o ambiente para evitar mosquitos, sem água parada e com a dedetização em dia, além de instruir os alunos sobre o tema.
O Ministério da Saúde lista alguns cuidados para a criança ficar menos suscetível às doenças na sala de aula:
Incentivar que lave as mãos antes das refeições e das brincadeiras.
Higienizar os brinquedos que leva para a escola.
Ficar atento aos sintomas de possíveis doenças e não levar a criança para a escola se ela estiver resfriada.
Manter os ambientes arejados para evitar a proliferação de bactérias.
Garantir que a criança tenha uma boa imunidade, com uma alimentação equilibrada, boas horas de sono e muita ingestão de água.
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria e Ministério da Saúde
Links:
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2017/02/Sade_Escolar_Volta_as_aulas.pdf
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/20032d-GPA_-_Bullying.pdf
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/pdfs/Manual_Lanche_saudavel_04_08_2012.pdf