Fevereiro Roxo e Laranja: o que a campanha representa? Doenças Crônicas
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Fevereiro Roxo e Laranja:
mês de conscientização sobre doenças crônicas
Você já deve ter percebido que, em ações de promoção à saúde, alguns meses do ano são associados à cores, certo? Com certeza conhece o Outubro Rosa e o Novembro Azul.
O segundo mês do ano é conhecido como Fevereiro Roxo e Laranja por celebrar outras duas importantes campanhas.
Fevereiro Roxo - A cor roxa é usada para as ações de conscientização sobre o Lupus, Mal de Alzheimer e a Fibromialgia.
Fevereiro Laranja - Já o laranja, para as atividades sobre a leucemia e a doação de medula óssea.
Durante este mês, as duas cores são bastante utilizadas para chamar a atenção para a prevenção e o combate dessas doenças crônicas que acometem milhões de pessoas em todo o mundo.
Muitas vezes, o reconhecimento da doença demora pela dificuldade de identificar os sintomas. O que impede o início precoce de um tratamento correto que seja eficaz.
Por isso mesmo, as mensagens do Fevereiro Roxo e Laranja precisam ser levadas muito a sério e compartilhadas com o maior número de pessoas. Nesse conteúdo explicaremos tudo sobre a campanha Fevereiro Roxo e Laranja. Entenda sintomas, tratamentos e prevenção, aqui!
Fevereiro roxo e laranja: qual a importância dessas campanhas?
O mês de fevereiro recebeu as cores roxo e laranja com o propósito de conscientizar a sociedade brasileira sobre Lupus, Mal de Alzheimer, Fibromialgia e Leucemia.
Apesar de atingir um número significativo da população, muitas pessoas ainda não entendem as dificuldades vividas diariamente pelos pacientes portadores dessas doenças graves. Mas, nos próximos tópicos vamos explicar mais sobre cada uma delas.
Fevereiro Roxo: o que é?
O Fevereiro Roxo surgiu em 2014 para conscientizar a população em relação ao Lúpus, ao Alzheimer e à Fibromialgia. A campanha teve início em Uberlândia, Minas Gerais, e passou também a ser promovida por ONGs e pelo Governo Federal.
Ainda que tenham diferentes sintomas e tratamentos, as três doenças têm uma coisa em comum: o fato de não possuírem cura.
É por isso que o Fevereiro Roxo enfatiza tanto a importância do diagnóstico correto e precoce. Assim, o paciente tem acesso mais rápido a um tratamento eficaz que pode aumentar significativamente sua qualidade de vida.
Veja quais os sintomas e tratamentos das doenças representadas pelo Fevereiro Roxo.
Lupus
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune (que ocorre quando o sistema imunológico ataca os órgãos e tecidos saudáveis do próprio corpo) e inflamatória. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), estimativas indicam que o Brasil tenha cerca de 65.000 pessoas com Lúpus, sendo considerada uma doença relativamente comum.
A doença pode atingir pessoas de qualquer idade, raça e sexo. No entanto, é mais comum em mulheres. Ocorre principalmente entre os 20 e 45 anos.
É uma doença crônica, mas o tratamento adequado consegue amenizar as dores do paciente e reduzir os sintomas. Esses, por sua vez, variam em intensidade de acordo com a fase de atividade ou remissão da doença. Os principais sintomas são:
- Cansaço;
- Desânimo;
- Febre baixa (mas raramente, pode ser alta);
- Emagrecimento;
- Perda de apetite;
- Manchas vermelhas sobre o nariz e bochechas;
- Lesões na pele que pioram com exposição ao sol;
- Inchaço e rigidez nos músculos;
- Dificuldade para respirar;
- Dor de cabeça;
- Queda de cabelo persistente;
- Feridas na região da boca;
- Mal-estar;
- Confusão mental;
- Desconforto geral;
- Alterações na urina (espuma e sangue);
- Ansiedade.
Esses sintomas podem mudar de pessoas para pessoa e também se aplicam a outras doenças. Por isso, pode ser difícil chegar ao diagnóstico de LES.
Como a causa do Lúpus ainda não é conhecida, não existe uma vacina para prevenir seu surgimento ou tratamento que cure de vez o paciente. No entanto, alguns hábitos saudáveis como alimentação equilibrada e evitar exposição excessiva ao sol são recomendados para evitar gatilhos para o desenvolvimento do Lúpus.
Como funciona o tratamento de Lúpus?
O tratamento depende do tipo de Lúpus (Discoide, Sistêmico, induzido por drogas ou neonatal) e da intensidade da doença em cada paciente.
Na fase ativa da doença, a pessoa com LES pode precisar de dois ou mais medicamentos para reduzir os sintomas. Já na fase de remissão, pode precisar de poucos ou até mesmo de nenhum.
No entanto, o tratamento sempre inclui remédios para regular os sintomas causados pelo Lúpus, como hipertensão, inchaço nas pernas, etc., e para regular as alterações imunológicas da própria doença.
Fibromialgia
A fibromialgia é uma condição crônica caracterizada por dor muscular generalizada. Ela é bastante comum, de acordo com a SBR, afetando 2,5% da população mundial. Embora pessoas mais velhas também possam sofrer com a fibromialgia, a doença atinge mais as mulheres entre 30 e 50 anos de idade.
Os sintomas da fibromialgia são:
- Sono não reparador (a pessoa não se sente descansada depois de uma noite de sono)
- Pontos dolorosos nos músculos;
- Fadiga e cansaço;
- Ansiedade;
- Depressão;
- Alterações da concentração e de memória.
Como a condição pode aparecer em pacientes que apresentam doenças como artrite reumatoide e lúpus, a melhora completa é muito difícil.
Como funciona o tratamento de fibromialgia?
Por se tratar de uma doença sem cura, o objetivo do tratamento é aliviar os sintomas da fibromialgia para oferecer mais qualidade de vida para o paciente.
O principal tratamento é o exercício aeróbico, mas o uso de medicamentos é útil para diminuir a dor, melhorar o sono e a disposição. A terapia também pode ajudar o paciente a lidar com a dor crônica causada pela doença.
Relaxantes musculares, antidepressivos e analgésicos também podem ser usados para aliviar outros sintomas.
Alzheimer
O Alzheimer (ou Doença de Alzheimer) é uma doença neuro-degenerativa que causa o declínio das funções cognitivas. O nome vem de Alois Alzheimer, psiquiatra alemão que fez a primeira descrição da doença em 1906 depois de analisar o cérebro de uma paciente que teve perda gradual da memória e linguagem.
A enfermidade costuma avançar lentamente e, com o tempo, interfere no comportamento dos pacientes e em sua capacidade de executar tarefas diárias.O quadro clínico do Alzheimer costuma ser dividido em quatro estágios que vão da forma inicial da doença até o estágio terminal. Dentre os sintomas estão:
- Alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais;
- Dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos;
- Agitação;
- Incontinência urinária e fecal;
- Dificuldade para comer;
- Infecções intercorrentes.
O Alzheimer é a causa mais comum de demência e segundo dados do Ministério da Saúde, pessoas com 65 anos ou mais correspondem a mais da metade dos casos.
Apesar da prevalência em idosos, em alguns casos raros, pessoas mais jovens também podem desenvolver o Alzheimer. Além disso, os primeiros sintomas também podem aparecer anos antes do declínio da memória. Coisas como esquecimentos simples, troca de nomes e mudanças no comportamento podem ser sinal de alerta.
Como funciona o tratamento do Alzheimer?
Assim como no caso do Lúpus e da Fibromialgia, não há cura para o Alzheimer. Desse modo, o tratamento medicamentoso é feito para amenizar e retardar o avanço da doença.
Outras formas de tratamento também auxiliam no conforto do paciente e na sua qualidade de vida: reabilitação cognitiva, terapia ocupacional, atividade física regular, entre outros.
Fevereiro Laranja: o que é?
O Laranja é a cor usada no mês de fevereiro para chamar atenção da população sobre a prevenção, diagnóstico e combate à leucemia, tipo de câncer mais frequente entre crianças e adolescentes.
A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é que, entre 2023 e 2025, o Brasil tenha mais de 11 mil casos de Leucemia por ano. A informação pode ser encontrada no documento Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil.
Assim, para conscientizar o público sobre a doença e incentivar a doação de medula óssea, a Assembleia Legislativa de São Paulo criou a iniciativa Fevereiro Laranja em 2019.
Leucemia
A Leucemia é um tipo de câncer no sangue que afeta os glóbulos brancos. A principal característica é o acúmulo de células doentes na medula óssea, local onde as células sanguíneas (plaquetas e os glóbulos brancos e vermelhos) são “fabricadas”.
Esse acúmulo causado pela Leucemia impede que as células doentes sejam substituídas por outras, saudáveis.
Existem mais de 12 tipos de leucemia, alguns são mais comuns em crianças menores de 15 anos, enquanto outros incidem mais em pessoas mais velhas. Os sintomas mais comuns da doença são:
- Dores nas articulações e nos ossos;
- Calafrios;
- Fadiga;
- Infecções recorrentes pelo corpo;
- Perda de apetite;
- Perda de peso involuntária;
- Febre;
- Tontura ou suor;
- Facilidade de se machucar
- Sangramentos nasais;
- Infecção frequente;
- Manchas vermelhas na pele;
- Gânglios linfáticos inchados.
Como funciona o tratamento de Leucemia?
O tratamento varia de acordo com o tipo de Leucemia e a agressividade do câncer, mas, de modo geral inclui quimioterapia que, dependendo do caso, é seguida por radioterapia.
Mas o principal tratamento para a doença é o transplante de medula óssea que requer a compatibilidade entre doador e paciente.
No início do tratamento, antes de receber o transplante, a medula doente do paciente é ‘’destruída’’ pela quimioterapia para ser substituída pela medula saudável que foi doada. O procedimento é similar a uma transfusão de sangue.
A importância da doação de medula óssea
Apesar de ser essencial para o tratamento de pessoas com Leucemia, encontrar um doador não é uma tarefa fácil. Isso porque, segundo o Ministério da Saúde, no Brasil a chance de encontrar medula compatível é de uma em cem mil.
Por esse motivo é tão importante se tornar doador de medula. Quanto maior o número de pessoas dispostas a fazer a doação, maiores as chances dos pacientes de encontrar sua chance de cura.
Além disso, compartilhar as informações sobre a campanha Fevereiro Roxo e Laranja pode ajudar outras pessoas a identificar sintomas das doenças nos estágios iniciais para que possam realizar os procedimentos necessários.
O tratamento precoce é a chave para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e pode ser o fator principal na cura. Por isso, ter o acompanhamento médico, pelo menos nos check-ups anuais é uma importante forma de prevenção e manutenção da saúde.