Quebrando o tabu Doenças Comuns
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A regra é inversamente proporcional: uma das maiores indústrias do país é também o setor que mais consome o produto interno bruto (PIB) brasileiro com gastos de saúde. Grande empregadora e pagadora de impostos, a indústria de bebida alcoólica no Brasil gera também um impacto negativo, já que a bebida em excesso é responsável por adoecer parte da população.
Vale lembrar que mais da metade dos brasileiros consome ou já consumiu bebida alcoólica. É o que mostra o 3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Desafio permanente para a área da saúde, o combate ao uso do álcool passa, sobretudo, pela informação.

O hábito de beber começa muitas vezes, dentro de casa. Pesquisa da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) indica que quase 40% dos jovens, entre 12 e 13 anos, beberam pela primeira vez com os próprios familiares.
No Brasil, o padrão de consumo mais frequente na adolescência é o binge, ou “beber para embriagar-se”, prática associada a comportamentos de risco, como dirigir alcoolizado e fazer sexo desprotegido. Aos 17 anos, quase 40% dos estudantes brasileiros relatam já ter ficado bêbados alguma vez.
Outro grupo que tem consumido mais álcool no Brasil são as mulheres. Números da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas de 2019 mostraram um aumento de 11% no consumo de bebida por parte da população feminina.
O Ministério da Saúde estipula o que seria um consumo abusivo de álcool. A ingestão de quatro ou mais doses de bebida em uma mesma ocasião, num período de 30 dias, é considerado abusivo para mulheres. Já no caso de homens, o consumo abusivo se configura quando há ingestão de cinco ou mais doses, no mesmo período de tempo.
Importante mencionar que há também o registro do aumento do consumo de drogas consideradas ilícitas no país. Entre elas, a droga mais consumida no Brasil — depois do álcool e do tabaco — é a maconha, seguida pela cocaína. A pesquisa da Fiocruz aponta que 7,7% dos brasileiros de 12 a 65 anos já usaram maconha ao menos uma vez na vida.
Em relação aos jovens, a orientação é quebrar o tabu e conversar abertamente sobre o consumo de álcool e drogas na família e na escola.
O guia publicado pela SBP sugere que pais e educadores alertem sobre as consequências do uso precoce do álcool e de outras drogas (legais e ilegais) no corpo humano, especialmente entre crianças e adolescentes. Para promover a conscientização é necessário iniciar um debate livre de superstições e
exageros.
A Organização Mundial de Saúde indica também que o alcoolismo não tem cura, mas sim controle. Tida como uma doença social, é importante que a família se envolva no tratamento. Para viabilizar a melhora de circunstâncias familiares dos alcoólatras em recuperação, a troca de experiências é uma ferramenta eficiente, muitas vezes utilizadas pelos Alcoólicos Anônimos (AA).
Procurar se informar é uma forma sempre eficaz de saber se está passando da medida. Abaixo, um teste para saber se você anda excedendo a dose.
É importante destacar que para a Organização Mundial da Saúde (OMS) não há volume de álcool que possa ser classificado como "seguro". A longo prazo, o consumo abusivo de álcool aumenta as chances de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), sigla que abrange câncer, doenças respiratórias crônicas e cardiovasculares, como o acidente vascular cerebral (AVC).
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Fontes: Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Sociedade Brasileira de Pediatria.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/alcool_outras_drogas.pdf
https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisa-revela-dados-sobre-o-consumo-de-drogas-no-brasil
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2017/02/N-ManOrient-Alcoolismo.pdf
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-02/guia-alerta-sobre-consumo-precoce-de-bebidas-alcoolicas-entre-jovens
https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/sociedade-de-pediatria-lanca-guia-para-estimular-a-prevencao-ao-consumo-de-alcool-precoce-entre-os-adolescentes/